quinta-feira, 28 de abril de 2016

Não sou a mesma

Desde que iniciei o blog senti a necessidade de escrever cada detalhe, cada novidade que passei a enxergar na cultura indiana. Mas depois de um tempo você vê que sai do anonimato e passa a ser um formador de opinião, as pessoas te amam ou te odeiam, concordam com sua linha de pensamento ou discordam até da sua vírgula, te seguem ou te repudiam. Com o passar do tempo percebi que a rede social é como o vento, a gente solta as palavras e elas nunca mais voltam, saem sem direção e podem ser a brisa na vida de uma pessoa como podem ser um furacão também. 

A gente amadurece, pouco a pouco, com o tempo senti a responsabilidade que é escrever para um número indeterminado de pessoas. Com o tempo descobri o quanto eu ainda tenho a aprender e o tanto que mudei até aqui. Os considerados grandes detalhes sobre adaptação, roupas e comida no início, se tornaram tão pequenos diante da magnitude da vida.  

Nunca tive problemas de perseguição no blog (que eu saiba) apesar de às vezes aparecer algum surtado por aqui. Seria muito fácil eu ter uma postura sensacionalista e me fazer de coitadinha, tenho certeza que o número de leitores triplicaria. Mas não sou assim, assim como eu não penso sempre do mesmo jeito, a mesma coisa durante anos. Eu gosto de progredir, não consigo ficar parada falando sempre sobre as mesmas coisas. Não dá para falar apenas de Índia e relacionamentos se tenho um Brasil para desbravar. Não dá para viver somente atrás do computador (admiro aqueles que tem essa proeza).  A vida é assim, não dá para viver apenas de sol ou apenas de chuva. Por isso a falta de inspiração e a necessidade de ficar quietinha com uma xícara de chá nas mãos. Aprendi com os indianos, tudo é energia por isso nem tudo deve ser exposto, do contrário, a energia muda. Tem um provérbio árabe ou indiano que diz "para tudo aquilo que você olha tem outra pessoa olhando também". Seria uma faceta da Lei da Atração? 

Percebi o quanto mudei desde que comecei o blog, o quanto eu estava presa a pequenas coisas e não dava espaço para novos momentos, novos aprendizados, novas descobertas, novos assuntos.

Vejo o quanto as pessoas brigam por besteiras na internet, porque uma pessoa gosta da cultura indiana e a outra não, uma pessoa vê o lado ruim dos indianos e a outra não onde todo mundo quer mostrar que está certo. Quanto tempo desperdiçado, falta de atitude e de amor ao próximo. Se cada uma dessas pessoas que falam mal  fizessem um ato de caridade...   

 Nós vivemos num mundo cheio de preconceitos, e para sermos reconhecidos precisamos nos mostrar preconceituosos também. Mas me nego a ser assim e aprendi que a vida não é feita de momentos. Ela é feita de sentimentos. 

 "Porque a boca fala do que está cheio o coração" (Mateus 12:34).

Abraços!!

4 comentários:

  1. Intolerancia,essa é a palavra que reina nas redes sociais.É um FlaFlu eterno,pessoas disputando com unhas e dentes sua arrogancia e vontades pessoais.
    Eu me afastei do facebook por isso, nao tenho sangue de barata.
    Esse blog é maravilhoso,eu adoro seus posts,o sucesso dele é consequencia.

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    1. Exatamente!!! Intolerância é a palavra que reina.
      Muito obrigada minha querida pelo carinho!! Eu também adoro seus posts!!
      Beijos!!

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  2. Hoje abri seu blog e ao ler esse texto me fez refletir justamente sobre o que eu estava sentindo, comecei a escrever um blog com entusiasmo e me veio a necessidade de brecar, e senti que isso seria realmente necessário, pq mesmo estando anonima para muitos, a historia é real, essa força que nos cerca sabe quem somos, nos absorvemos tudo para nossa vida, e lidar com o ser humano é difícil, na internet as pessoas se sentem livres para ser quem elas realmente são, realmente expõem oq seus corações estão cheios e isso também me choca, na verdade nunca imaginei q existissem tanta gente ruim, com opiniões tão extremistas como vejo nos últimos anos com a facilidade que a internet proporciona, as pessoas tendem a ter uma obrigação de se posicionar sob vertentes opostas, ou vc adota a cultura do outro e abomina a sua ou vc abomina a dele e endeusa a sua, é assim que funciona no geral, pelo que observo, sem a possibilidade de compreensão sobre a realidade do outro, é uma necessidade de julgar e criticar sem o minimo de empatia pelo próximo, e quando expor o que escreve é preciso avaliar se nosso espirito esta preparado para suportar essa corrente de energia que no geral acabam por ser negativas. Adorei o seu texto ele falou comigo, pelo menos dentro da minha interpretação.

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    1. Nossa! Fui procurar seu texto e me emocionou!! E também o que disse aqui "ou vc adota a cultura do outro e abomina a sua ou vc abomina a dele e endeusa a sua, é assim que funciona no geral, pelo que observo, sem a possibilidade de compreensão sobre a realidade do outro, é uma necessidade de julgar e criticar sem o minimo de empatia pelo próximo, e quando expor o que escreve é preciso avaliar se nosso espirito esta preparado para suportar essa corrente de energia que no geral acabam por ser negativas" foi profundo, concordo 100%.

      Beijos!!

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